LULA, O GÊNIO, se você descobrisse que tem as maiores reservas inexploradas de petróleo do mundo e suas forças armadas estão praticamente na idade da pedra, o que faria se o maior consumidor mundial de energia, e com um histórico de invadir países ricos em matéria prima, resolvesse estabelecer uma frota de sua marinha bem diante de seu litoral?
Eu, em minha santa inocência, procuraria trazer como parceiro nestas
reservas um dos maiores inimigos do tal país. E tentaria armar as minhas
defesas com tecnologia comprada de outro.
A história ensina que os russos costumam ser ótimos amigos, do tipo que
não abandona quem lhes deu a mão. Cubanos e sírios que o digam.
E os chineses, bem, enquanto eles não tiverem frota diante de nosso
litoral e estiverem dipostos a pagar, eu acho uma ótima ideia trocar
petróleo por amizade com eles.
Os BRICS foram uma sacada gigantesca do Lula, que aproveitou um artigo
de um economista inglês para ter uma desculpa perfeita para começar uma
aliança contra os EUA. Rússia e China não são somente dois países
“emergentes” (o primeiro está mais para “submergente”), mas duas
potências com poder de veto na ONU e com interesse em tudo que seja
contra o interesse americano. Também têm tecnologia que nos interessa.
A
Índia meio que não é quente nem fria nessa história, mas sua presença
ajuda a diminuir a margem de manobra ianque na Ásia, e cimenta a aliança
asiática.
Recentemente, a entrada da África do Sul pretendeu sinalizar aos
africanos que os chineses estão dispostos a fazer na África algo que os
americanos e europeus nunca fizeram: compartilhar poder. Aos poucos os
BRICS cercaram uma parte significativa do mundo, criando uma situação na
qual a entrada dos EUA só poderá ser através de uma guerra total.
O
sucesso da estratégia ficou configurado com a crise síria, resta saber
se os EUA vão ser tão medrosos quando a aposta for mais alta. Talvez até
sejam, mas os russos e chineses, até lá, já terão conseguido se
preparar para enfrentar o desafio.
O primeiro passo é o desmonte do dólar como divisa internacional.
Rússia, China e Índia já estão comerciando entre si em rublos e rúpias
(ainda não em yuans, mas isso começará em breve). China, Rússia e Índia
asseguraram seu acesso permanente a todo tipo de matérias primas, ao se
alinharem com o Brasil e a África do Sul.
A China está formando reservas
de ouro e platina (a África do Sul, maior produtor mundial dos dois
metais, não entrou nos BRICS à toa). O Brasil se propôs a compartilhar o
custo de desenvolvimento da nova geração de super-caças russos. Em
troca, receberá a preço de banana os MiG e Sukhoi que forem aposentados
da força aérea russa. O trato é parecido com o que Rússia e China
fizeram nos anos 80, e resultou nos misseis “Bicho da Seda”, nos
foguetes “Longa Marcha”, nas cápsulas espaciais “Shenzhou” e nos clones
de aviões MiG e Sukhoi que a China produz. Duvido que os nossos
militares fiquem tristes com a qualidade do material que terão em mãos.
Desde que foi revelado que o governo americano espionava todos os
serviços de internet, quebrando a confiança até mesmo da autenticação
TSL/SSL, ficou clara preocupação ianque com os rumos que a coisa tomava.
Qual seria o sentido de comprar caças americanos, ou caças suecos com
tecnologia americana embarcada? Esses caças seriam inúteis numa guerra
contra o único país do mundo que deu mostrar de querer nos invadir: os
EUA. Nesse sentido, faz todo sentido usar armamento russo. Eu até acho
que devíamos ceder uma base naval e/ou aeronáutica aos russos. A Síria
não se arrependeu de ter feito isso, e talvez os russos estejam
interessados. Talvez apenas isso deva ser feito devagar, para não
assustar o grande irmão do norte.
http:// arapucas.letraseletricas.blog.b r/lula-o-g%C3%AAnio — com Natália Haydú e Juventude Pt.
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